13  Resiliência da paisagem

A resiliência da paisagem é a capacidade de um determinado local em manter a diversidade de espécies e as funções ecossistêmicas mesmo diante das pressões provocadas pelas mudanças climáticas. Para calcular a resiliência da paisagem, utilizamos a camada de heterogeneidade da paisagem e de conectividade local (Figura 13.1) descritas anteriormente.

A partir dessas duas camadas, classificamos as imagens em quartis baseados no histograma de distribuição dos valores dessas métricas (Figura 13.2).

Figura 13.1: Classificação do histograma de valores dos pixels em quantis de 25% para a camada de heterogeneidade da paisagem e de conectividade local.

Com a sobreposição das duas imagens classificadas por quartis, geramos uma combinação de classes (11 - 44) para a resiliência da paisagem, que tem como objetivo mostrar as áreas onde os resultados das duas métricas se sobrepõem ou divergem, baseado na escala de cor escolhida (Figura 13.2). Essas classes podem ser agrupadas em quatro quadrantres: quadrante Q1 - classes 11, 12, 21, 22; quadrande Q2 - classes 13, 14, 23, 24; quadrante Q3 - classes 31, 32, 41, 42; e quadrante Q4 - classes 33, 34, 43, 44, indicando tanto menor (Q1) e maior (Q4) resiliência, quanto maior efeito das camadas de heterogeneidade da paisagem (Q2) e de conectividade local (Q3) isoladamente.

Figura 13.2: Definição das classes de resiliência da paisagem, baseada no histograma de distribuição de pixels nas imagens originais de heterogeneidade da paisagem e de conectividade local.

Importante mencionar que a avaliação da resiliência da paisagem foi realizada apenas para ambientes terrestres, não sendo avaliada a resiliência de ambientes aquáticos. Portanto, para gerar o mapa final de resiliência os corpos d’água e outros ecossistemas aquáticos foram mascarados do resultado final, não sendo classificados portanto como nenhuma classe de resiliência da paisagem. Esse procedimento foi realizado através da sobreposição das classes de água do MapBiomas Água, indicando os corpos d’água como no data.

A partir da combinação dessas imagens, geramos um mapa bivariado da resiliência da paisagem (Figura 13.3), que destaca, em verde, as áreas com maior resiliência da paisagem, i.e. que apresentam maiores valores de heterogeneidade da paisagem e de conectividade local, e que consequentemente apresentam maior variabilidade microclimática e maior potencial para movimentação aos organismos na paisagem.

Figura 13.3: Resiliência da paisagem, resultante do cruzamento dos mapas de heterogeneidade da paisagem e de conectividade local.

As diferentes classes criadas pela sobreposição dos quartis na escala bivariada da resiliência da paisagem nos permite identificar diferentes áreas de interesse (Figura 15):

Figura 13.4: Definição das classes de resiliência da paisagem, baseada na distribuição de pixels nas imagens originais de heterogeneidade da paisagem e de conectividade local, enfatizando o que cada quadrante da escala bivariada representa no mapa final de resiliência.