6  Valores de resistência e combinação das bases de dados

A atribuição dos valores de resistência para cada classe de uso e cobertura do solo e a combinação das diferentes bases de dados correspondem à Etapa 4 da análise conectividade local (Figura 6.1).

Figura 6.1: Fluxograma com a indicação da Etapa 4 da análise de conectividade local: valores de resistência e combinação das bases de dados.

Os valores de resistência para cada classe de uso e cobertura do solo foram atribuídos, por bioma, pela equipe do projeto e por especialistas. Esses valores variaram de 1 a 20 em números inteiros, sendo 1 o valor de menor resistência e 20 o de maior resistência.

6.0.1 Passo 1

Os valores de resistência foram atribuídos, por bioma, à camada de uso e cobertura do solo do MapBiomas (reamostrada na resolução de 90 m), já acrescida das quatro classes de largura das águas abertas conforme valores apresentados na Tabela 6.1.

Tabela 6.1: Valores de resistência, por bioma, para as 28 classes de uso e cobertura do solo, obtidas da base de dados de uso e cobertura do solo do MapBiomas (N: 1 - 28), mais as 4 classes de largura dos corpos d’água (N: 29 - 32), totalizando 32 classes.
N Classe de cobertura do solo Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal
1 Afloramento rochoso 3 1 2 3 2 -
2 Algodão 7 7 10 - - -
3 Aquacultura - 10 7 7 7 -
4 Área urbana 20 20 20 20 20 20
5 Áreas alagadas (Campos e Pântanos) 1 - 1 2 1 1
6 Arroz - - 10 10 10 -
7 Café - 7 10 4 - -
8 Cana de açúcar 15 10 10 10 - 10
9 Citrus - - 10 4 - -
10 Dendê 10 - - - - -
11 Floresta alagada 1 - - - - -
12 Formação campestre (campos) 1 1 1 2 1 1
13 Formação de savana 1 1 1 2 - 1
14 Formação florestal 1 1 1 1 1 1
15 Mangue 1 1 1 1 - -
16 Mineração 20 20 20 20 20 20
17 Mosaico de usos 10 7 10 10 10 7
18 Outras áreas não vegetadas 10 10 10 10 10 10
19 Outras culturas perenes 10 7 7 4 - -
20 Outras culturas temporárias 15 7 10 10 10 5
21 Outras formações não florestais - 7 - 2 - -
22 Pastagem 17 7 7 9 7 7
23 Praia, duna e areal 2 2 2 2 2 2
24 Salina (Apicum) 2 1 2 2 - -
25 Silvicultura (floresta plantada) 7 2 7 3 10 5
26 Soja 17 10 10 10 10 10
27 Vegetação de restinga arbórea - 1 - 1 1 -
28 Vegetação de restinga herbácea - 1 - 2 1 -
29 Corpos d’águas abertas até 250 m 2 2 2 2 2 2
30 Corpos d’águas abertas de 250 a 1.000 m 5 5 5 5 5 5
31 Corpos d’águas abertas de 1.000 a 4.000 m 10 10 10 10 10 10
32 Corpos d’águas abertas acima de 4.000 m 12 12 12 12 12 12

6.0.2 Passo 2

As camadas raster geradas para as bases de dados de infraestrutura de transporte e de energia receberam, por bioma, valores de resistência como atributo específico, conforme indicado na Tabela 6.2.

Tabela 6.2: Valores de resistência, por bioma, para as camada de infraestrutura de transporte e de energia (N: 33 - 39).
N Classe de cobertura do solo Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal
33 Aerogeradores 15 15 15 15 15 15
34 Centrais geradoras de energia solar 15 17 17 17 17 17
35 Estradas não pavimentadas 10 10 7 10 7 3
36 Estradas pavimentadas 20 20 20 20 20 20
37 Ferrovias 10 10 10 10 10 10
38 Linhas de transmissão (tradicionais e anexas ao sistema eólico) 10 7 7 7 7 7
39 Termelétricas 20 20 20 20 20 20

Em seguida, todas as camadas de infraestrutura foram agrupadas em um único arquivo matricial. Para realizar esse agrupamento, usamos a ferramenta Cell Statistics, informando, no campo Overlay statistic (optional), que o resultado do agrupamento deve considerar o valor máximo do pixel (MAXIMUM; Figura 6.2). Essa indicação é importante para que, na sobreposição das várias camadas de infraestrutura, prevaleça sempre o valor de pixel com resistência mais alta.

Figura 6.2: Uso da ferramenta “Cell Statistics” para agrupar as bases de infraestrutura em uma única superfície, onde prevalecem os valores máximos de resistência atribuídos a cada classe.

6.0.3 Passo 3

Por fim, usando novamente a ferramenta Cell Statistics, a camada consolidada de infraestrutura de transporte e de energia, já com os valores de resistência, foi combinada com a camada do MapBiomas, já acrescida das classes de águas abertas com diferentes larguras. No agrupamento destas camadas, nos casos em que havia sobreposições de classes com valores de resistência distintos, sempre prevalecia o valor de resistência mais alto. Essa orientação é dada no campo Overlay statistic (optional), com a indicação de MAXIMUM (Figura 6.3).

Figura 6.3: Uso da ferramenta “Cell Statistics” para agrupar a camada de infraestrutura de transporte e de energia com a camada de uso e cobertura (já acrescida das classes de largura das águas abertas), em uma única superfície, onde prevalecem os valores máximos de resistência atribuídos a cada classe.

Feita esta operação, obtivemos uma nova superfície matricial (raster), combinando todas as classes listadas aqui. O mapa consolidado dos valores de resistência para cada uso e cobertura do solo, combinando as classes de largura dos corpos d’água e as classes de infraestrutura de transporte e de energia (Figura 6.4), totalizou 39 classes (Tabela 6.3).

Figura 6.4: Superfície de resistência gerada a partir do mapa com 39 classes de uso e cobertura do solo, resultado da combinação das superfícies de uso e cobertura do solo do MapBiomas e de infraestrutura de transporte e de energia. Nesta superfície a resistência das águas abertas (rios, lagos e oceanos) não foi diferenciada em função da largura dos corpos d’água.
Tabela 6.3: Valores de resistência, por bioma, para as 39 classes de uso e cobertura do solo, resultado da combinação das superfícies de uso e cobertura do solo do MapBiomas (N: 1 - 28), das classes de tamanho dos rios (N: 29 - 32) e da camada de infraestrutura de transporte e de energia (N: 33 - 39).
N Classe de cobertura do solo Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal
1 Afloramento rochoso 3 1 2 3 2 -
2 Algodão 7 7 10 - - -
3 Aquacultura - 10 7 7 7 -
4 Área urbana 20 20 20 20 20 20
5 Áreas alagadas (Campos e Pântanos) 1 - 1 2 1 1
6 Arroz - - 10 10 10 -
7 Café - 7 10 4 - -
8 Cana de açúcar 15 10 10 10 - 10
9 Citrus - - 10 4 - -
10 Dendê 10 - - - - -
11 Floresta alagada 1 - - - - -
12 Formação campestre (campos) 1 1 1 2 1 1
13 Formação de savana 1 1 1 2 - 1
14 Formação florestal 1 1 1 1 1 1
15 Mangue 1 1 1 1 - -
16 Mineração 20 20 20 20 20 20
17 Mosaico de usos 10 7 10 10 10 7
18 Outras áreas não vegetadas 10 10 10 10 10 10
19 Outras culturas perenes 10 7 7 4 - -
20 Outras culturas temporárias 15 7 10 10 10 5
21 Outras formações não florestais - 7 - 2 - -
22 Pastagem 17 7 7 9 7 7
23 Praia, duna e areal 2 2 2 2 2 2
24 Salina (Apicum) 2 1 2 2 - -
25 Silvicultura (floresta plantada) 7 2 7 3 10 5
26 Soja 17 10 10 10 10 10
27 Vegetação de restinga arbórea - 1 - 1 1 -
28 Vegetação de restinga herbácea - 1 - 2 1 -
29 Corpos d’águas abertas até 250 m 2 2 2 2 2 2
30 Corpos d’águas abertas de 250 a 1000 m 5 5 5 5 5 5
31 Corpos d’águas abertas de 1000 a 4000 m 10 10 10 10 10 10
32 Corpos d’águas abertas acima de 4000 m 12 12 12 12 12 12
33 Aerogeradores 15 15 15 15 15 15
34 Centrais geradoras de energia solar 15 17 17 17 17 17
35 Estradas não pavimentadas 10 10 7 10 7 3
36 Estradas pavimentadas 20 20 20 20 20 20
37 Ferrovias 10 10 10 10 10 10
38 Linhas de transmissão (tradicionais e anexas ao sistema eólico) 10 7 7 7 7 7
39 Termelétricas 20 20 20 20 20 20